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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

75º a 83° dias – Pedra, papel, tesoura


Nos últimos dias minha vida se resumiu em me sentir em alguns momentos forte e em outros fraca, e assim os dias foram acontecendo.

Depois de ter viajado, aproveitado bastante, destralhado minha casa e minha vida, era hora de voltar ao batente com o gás total (até porque não parei, só diminui o passo).

Então retomei alguns contatos que deixei um pouco de lado, as vendas, treinamentos, enfim, as atividades. Minha agenda toda lotada... mas acontece que as vezes fazemos um plano e DEUS faz outro. De repende Duda começa a ter febre e a febre só aumentava, então começou nossa correria para hospital, para depois de 4 dias descobrirmos que ela estava com dengue, vocês não fazem ideia do desespero que eu fiquei quando ela foi diagnosticada, pois infelizmente as notícias sobre a evolução da doença são cada dia piores. Mas vou escrever um post só contando como foi este período.



Bom,foi ai que em um destes dias, refletindo, vi minha vida como aquele famoso jogo: “Pedra, Papel, Tesoura”.

Acho que senão todos, a maioria o conhece. Este jogo também conhecido como "Janken-pon", é um jogo de mãos para dois ou mais jogadores, onde cada um forma um símbolo. A teoria clássica do jogo "Pedra, papel, tesoura" sugere que se devem fazer jogadas totalmente aleatórias para manter a imprevisibilidade e, portanto, não possibilitar que o adversário preveja as jogadas seguintes.

Como assim Natália??? Vou explicar.

Neste jogo, como bem ilustra a figura ao lado, Papel vence Pedra, que vence Tesoura que vence Papel. Ok, mas quando estamos no jogo muitas vezes não escolhemos Papel por ele parecer o mais frágil, mas é o único que vence a Pedra, que parece ser a mais forte, e destrói a Tesoura de aço, que por sua vez estraçalha o Papel.

Na vida tem momentos que nos sentimos Pedra, rocha inabalável. Estes são aqueles momentos em que achamos que podemos enfrentar tudo, passar por todas as tribulações sozinhos, que conseguimos resolver o mundo, porque a crença em nós mesmos ultrapassa o limite do racional e nos faz sentir que somos uma máquina que tudo pode e tudo consegue. Mas ai vem aquele Papel, normalmente aquela pessoa que se rasga atoa, que se amolece por qualquer coisa, mas que deixa escrita sua própria história, e te envolve de tal forma, que te deixa sem ação, sem chão, sem reação. Seja com uma palavra de fé, uma palavra amiga, ou apenas um sorriso, ou um abraço, ou simplesmente aquela pessoa vem e fica do seu lado, te embalando, quando você menos merece. Eu estava em um momento que minha autoconfiança falava mais alto, onde realmente eu me vi sozinha e achei que já era o suficiente para mim e para a minha filha. Porque quando se passa por muitas guerras e consegui vencer muitas batalhas, você começa a esquecer de que há sempre um exército e não apenas um soldado lutando. Refiro-me neste caso principalmente à minha espiritualidade, precisava me entregar mais às coisas de DEUS.

Mas também tem aqueles momentos que somos papel, nos sentimos frágeis, qualquer coisa nos amolece, nosso coração muitas vezes está rasgado ou até colado, emendado pelos acontecimentos da vida, mas ai nos surge aquela tribulação que somente nós conseguimos resolver, e então pegamos o problema e o embalamos com facilidade, tirando de letra. E foi assim comigo após ter descoberto a dengue de Duda, por exemplo. Não me lembro de dias de tanta aflição. Desde que ela nasceu estes foram os piores dias, mas quando eu achava que não tinha mais força para carrega-la, o meu braço se fortalecia, quando eu achava que não aguentaria mais uma noite em claro, vinha mais uma e outra e outra..., e assim fomos vencendo dia após dia.

E por fim, temos os momentos tesoura, quando rasgamos tudo que vemos pela frente. Vejo dois momentos como tesoura, aquele que rasgamos de nossas vidas aquilo que não agrega, que nos faz mal, ou que simplesmente não faz falta, e ai abrimos caminho para o novo. Novos ares, novos horizontes, novos caminhos. E aqueles momentos em que nos transformamos em tesoura no sentido pejorativo, pois começamos a rasgar as coisas boas que existem em nós, nos tornamos amargos ou infelizes, e pior ainda quando começamos a rasgar as pessoas ao nosso redor com nossa língua afiada, com nossos maldizeres, com intrigas, fofocas, ou simplesmente porque não era conveniente. Percebi que nestes dias de tanta tribulação, me fechei para o mundo, queria resolver tudo sozinha, e ai comecei a cortar as pessoas, podar literalmente, não precisava de palpites. Mas confesso que na maioria das vezes foi uma escolha boa, pois às vezes você tem que parar e ouvir a sua razão, seu coração e não o palpite das pessoas, até porque tem muita gente que se aproxima só para saber da sua vida e finge estar ajudando. Estas com certeza não acompanham o blog Vida Divertida, rssss.

Então, pensando nestas “jogadas da vida”, percebi que neste período eu realmente fui “Pedra, Papel e Tesoura”.

Algumas pessoas neste período chegaram até a mim, e realmente foram algumas, e me disseram que me admiravam porque sempre me acharam frágil demais, e de repende perceberam o quanto eu sou forte e como tenho enfrentado a vida com garra e força. Vou dizer a vocês o mesmo que respondi a elas: “Não se esqueçam de que fragilidade não é sinônimo de fraqueza. O vidro é frágil porque se cair quebra com facilidade, mas é altamente perigoso quebrado. Eu continuo sendo frágil, me emociono fácil, tenho a voz doce, sou paciente, e passei a vida toda acreditando em contos de fadas (acho que ainda acredito), mas sempre lutei pelos meus sonhos e objetivos. Enfrento a vida de frente, porque é mais fácil matar um leão por dia do que dez deles depois de um período.”


Por isso, prefiro hoje dizer que sou “Pedra, Papel e Tesoura”, porque como você vai me encontrar vai depender do momento que eu estou vivendo.

"Sou frágil o suficiente para uma palavra me machucar, como sou forte o bastante para uma palavra me ressuscitar."
Bartolomeu Campos de Queirós

E para encerrar, a noite de ontem foi foguete... terminou em uma open fantástica com Bruno Brancalion e ao lado de pessoas incríveis. #Retomandoostrabalhos



E foi assim...

By,

Natália Gonçalves


Mãe, empreendedora, blogueira e dona de casa

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