Eu escolho vencer!

Quem nunca se sentiu fraco, sem forças ou sem saber qual caminho seguir, e de repente percebeu que a força ou a decisão estava pura e simplesmente em você?

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Então hoje minha reflexão é exatamente sobre isso!

Durante toda a minha vida eu já me deparei inúmeras vezes com esta situação, e sempre me surpreendi com a força que encontrava quando achava que ela já não existia. Mas após ter sido mãe, estes momentos tem outro significado para mim: HOJE SER FORTE É MINHA ÚNICA ESCOLHA!

Desde que a Maria Eduarda nasceu passei por vários momentos onde foi preciso tomar decisões importantes para a minha vida e para a dela. E estas situações me mostram a cada dia o quanto eu não me conhecia, como eu não sabia da força que existia aqui dentro.

Mas para falar melhor disso vou contar para vocês de um episódio da minha vida antes da maternidade, que acredito que demostra muito bem isso, porque ser forte naquele momento realmente era a única escolha. O dia 24 de novembro de 2001.

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Sem dúvida foi uma das situações mais difíceis que passei em minha vida, senão a mais difícil, o acidente do Canecão Mineiro, uma casa de show em Belo Horizonte que pegou fogo e estávamos lá eu e meus primos. Foi a primeira vez que fui ao local, então não conhecia bem a casa, e como tinha muito amigos dos meus primos, dois deles ficaram lá no fundo comigo, me protegendo dos garanhões, rsss, mas na verdade estavam protegendo nossas vidas. Me lembro que quando percebemos que estava pegando fogo, as pessoas já estavam correndo e corremos rumo a porta de vidro que separava o espaço das mesas, e logo em seguida a luz acabou, a fumaça tomou conta de tudo e nos jogaram sobre a parede de vidro. Neste momento me separei do meu primo que estava de mãos dadas comigo, e os outros já haviam sumido na escuridão.

Eu não tinha noção alguma de pra onde deveria correr no meio daquele breu, e alguém me jogou no chão. Só não fui pisoteada porque cai encima de uma mesa virada cujo os pés me protegerão, e naquele instante sem ar algum eu desmaiei. Não faço a menor ideia de quanto tempo depois eu acordei, mas sei que voltei do desmaio só pensava que precisava ficar viva porque senão minha família ia sofrer muito, principalmente meus irmãos que já estavam enfrentando a separação dos nossos pais. E foi este pensamento que me deu força para puxar uma pessoa que passava e conseguir levantar mesmo tendo ganhado um soco para larga-lo (a), não sei se era homem ou mulher, imagino que era um homem pelo soco que levei. Sem forças para levantar, fui literalmente jogando meu corpo sobre as pessoas até conseguir chegar a saída, onde caí na lateral da escada e fui retirada pelos seguranças. Também não posso me esquecer que quando cheguei lá fora meu primos gritavam de desespero e quando me viram me deram um abraço que me fortaleceu, mas ainda faltava um primo. E então meus primos me perguntaram se eu estava bem e eu respondi que sim, mas estava pegando fogo por dentro, e não era no sentido figurado. Pedi ao meu primo uma água, e ele comprou. Aquela água aliviou a minha dor na hora, mas ela veio muito pior depois, então em um instante que meu primo saiu de perto de mim para ver se achava o primo que faltava, eu comprei um refrigerante e tomei. O que eu não sabia era que aquele refrigerante podia ter me matado.  Ele piorou minha queimadura interna.

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Achamos nosso primo e fomos para o hospital pois ele estava com o braço queimado. Chegando lá os dois entraram para fazer a ficha e eu fiquei lá fora aguardando. Quando meu primo voltou eu estava tendo uma parada respiratória no banco... e depois daí foram mais seis paradas. Desfibrilador, bomba de oxigênio e toda aquela correria... quando achavam que eu tinha melhorado, vinha outra parada, e nos intervalos a cena horrível daquele lugar, com homens e mulheres nus e queimados.

Mas naquele momento eu só pensava em me manter viva, não por mim, mas por minha família.

Depois prometo escrever um post apenas contando esta história!

Mas o que quero com esta história hoje é te contar que durante todo este período eu podia ter me entregado a morte, ou ter acreditado no que as pessoas diziam, que eu não ia suportar. Mas não foi esta a minha escolha, eu escolhi acreditar que eu podia e lutei pela minha vida junto com aquela equipe médica nos meus 20 dias de internação.

E assim é a vida da gente, vivemos nossas escolhas, nossas decisões.

As vezes passamos por incêndios, dilúvios, vendavais interiores ou exteriores, mas eles só servem para nos mostrar que somos mais forte do que pensávamos ser.

A sete meses eu decidi me separar, mesmo com uma bebê de 1 ano e 3 meses. Foi uma decisão fácil? De maneira alguma! E hoje tenho que viver as consequências desta escolha e fazer com que elas não me derrubem, mas pelo contrário, me deem forças para seguir em frente.

Assim também é a escolha de empreender!

Dar certo ou errado é muito mais uma escolha do que apenas sorte como a maioria das pessoas pensa. Pois dar certo depende primeiramente da vontade de fazer acontecer e da ação, de colocar o desejo em prática.

Nas últimas semanas minha filha tem adoecido com frequência, bronquite, e por isso muitas vezes tenho que deixar o negócio de lado para dar assistência a ela, afinal esta escolha foi exatamente para estar ao lado dela. Mas o dinheiro não cai do céu, e muito menos temos uma família rica que nos sustentará para que eu possa apenas ficar em casa cuidando dela.

Porque estou dizendo isso? Porque quero que saibam que não existem facilidades neste caminho, mas existem grades recompensas. E claro, é preciso muito trabalho.

Toda aquela força que encontrei durante o acidente do Canecão Mineiro sinto que a tenho dobrada hoje, porque como mãe e arrimo de família me sinto na obrigação de vencer, mesmo que as pessoas ou as estatísticas digam o contrário.

Hoje eu sei que minhas ações são frutos do meu pensamento, então preciso ter pensamentos positivos para que a cada dia eu tenha coragem de sair da minha zona de conforto e ir a luta. Até por que a luta deixa a vitória mais saborosa!

Então é isso, se você já não sabe o que fazer, ou para onde ir, busque por esta força ai dentro e tudo se resolverá!

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By,

Natália Gonçalves

Mãe, empreendedora, blogueira e dona de casa