Como é uma história bem
diferente e super emocionante, deixamos de lado as perguntas. Abaixo toda a história desta super
mãe, contata nas palavras dela:
Minha
gravidez foi um pouco diferente. Digo um pouco, pois foi cheia de expectativas,
ansiedades, medos, insegurança, como a de qualquer gestante. Mesmo antes, de
casar optei por um dia adotar uma criança. E quando conheci meu marido sempre
falava desse sonho. Após algumas tentativas frustradas de engravidar, decide
parar de tentar e correr para realizar meu sonho: a adoção. Li muito a respeito, conversei com muitas pessoas e
confesso que algumas coisas me desanimavam, mas a minha vontade era maior do
que toda palavra contrária ou toda dificuldade que encontrei pelo caminho.
Procuramos o juizado e recebemos toda orientação do que deveríamos fazer. Antes
de tudo era necessário passar por 2 palestras ministradas por eles. Até este
momento meu marido não se sentia seguro, mas após estas palestras, de
depoimentos de pessoas que já tinham adotado, tivemos certeza da nossa decisão.
Chorei horrores nas palestras com depoimentos de pessoas que optaram pela
adoção sem ser pelos meios legais e chorei com o depoimento de pessoas que se
sentiam completamente felizes com a escolha da adoção legal.
E
veio a próxima etapa, que eu digo que foi uma das provas de fogo que tivemos
que passar: a entrevista individual com a psicóloga. É uma pressão psicológica muito
grande, pois elas te testam o tempo todo, te mostrando apenas, o talvez e o
lado negativo da adoção.... Sinceramente, acredito que quem não tem certeza, se
quer mesmo adotar, nesta etapa acaba desistindo.
Depois
vem outra etapa que é a entrevista do casal com a assistente social. Nesta
etapa, ela avalia e testa tudo aquilo que nós falamos individualmente com a
psicóloga, mas perguntando para os 2 ao mesmo tempo, para ver se entram em
contradição em algum ponto. Neste intervalo das entrevistas com a assistente
social e a psicóloga, também recebemos a visita domiciliar surpresa: uma pessoa
entra em sua casa, mal sorrir para você, apenas de um modo bem ríspido te faz
algumas perguntas enquanto vai observando todos os cômodos da casa.
Assim,
todas as informações destes 3 profissionais, mais um variedade imensa de
documentos e certidões negativas são encaminhados para o juiz verificar a
aptidão à adoção. E, finalmente depois de alguns dias eles ligam informando o
resultado.
A
partir do momento que a juíza informa que está tudo de acordo, podemos dizer
que é o momento onde a gestação começa, rsrsrs....quando nos é passado qual
posição estamos na fila da adoção. Todo processo anterior levou quase um ano
para se concretizar e depois começa toda nossa ansiedade de mãe. De saber a
posição na fila da adoção, ligar algumas semanas depois para saber se mudou
alguma coisa e começar a tentar calcular mais ou menos daqui a quanto tempo vc terá seu
filho nos braços.
No
nosso caso, ao preencher a ficha de adoção fizemos 2 exigências: eu queria
muito ter uma menina e como não tinha sido mãe ainda, queria passar por toda
experiência e sensações dos primeiros meses do bebê, assim colocamos que
queríamos recém-nascida ou até 6 meses.
Nesta
época eu trabalhava em horário integral como supervisora de telemarketing em uma
instituição filantrópica. Passei os dias vivendo uma ansiedade sem fim, comia
muito, não tinha outro assunto a não ser como seria o dia que minha filha
chegasse, tudo que eu pensava em comprar era pra ela... e só não comprava,
porque não sabia com quanto tempo ela iria chegar.... Conversava com algumas
assistentes sociais que eram quase unanimes em me dizer que pelas opções que eu
havia feito, iria demorar na fila de adoção entre 2 a 3 anos, porque a maioria
das pessoas que entravam na fila queriam meninas recém-nascidas.... só que eu
tinha um diferencial, que foi o que definiu nosso tempo na fila: 8 meses,
apenas 8 meses... Costumo brincar que ela chegou pré matura. Mas aí você vai se
perguntar, o que? Mas foi tão rápido assim? Todo mundo fala que demora, porque
o seu foi tão rápido? Pelo simples critério que preenchi com a palavra
INDIFERENTE: A RAÇA. Essa resposta fez toda diferença no tempo que fiquei na
fila.
Quando
entrei na fila estava na posição 235, uma semana antes dela chegar, liguei para
saber qual era minha posição e eles me disseram 153, ai, ao receber a notícia
que havia a criança perguntei para assistente social, mas como? Semana passada eu
liguei e estava na posição 153? E ela me respondeu: Mas é porque a maioria dos
casais que estão na fila querem crianças brancas ou pardas e é por isso que
ligamos para vocês.
Abro aqui um parêntese para
falar desse dia mágico e abençoado.
Eu
e meu marido, pela manhã, saímos para trabalhar como qualquer outro dia. As
15:45hs recebi a ligação que mudou toda minha vida. A assistente social me
ligou e disse: chegou uma criança aqui no juizado que veio direto da
maternidade, ela tem apenas 6 dias de nascida, ela é negra, e eu gostaria de
saber se vocês tem interesse em adota-la. Se tiverem, vocês tem que chegar aqui,
hoje ainda, em até 1, liga para seu marido, pois não conseguimos falar com ele
e para vir aqui tem que ser os dois.... Nossa me senti como uma barata tonta,
queria contar pra todo mundo, ao mesmo tempo não tinha tempo, não conseguia nem
ao menos juntar minhas coisas para sair do trabalho, não sei nem como consegui
dirigir ate minha casa, minhas pernas estavam bambas e as mãos tremulas, não
estava acreditando no que estava acontecendo.
Fui
voando pra casa, enquanto no caminho tentava falar com meu marido. Nos
encontramos em casa e de lá pegamos um táxi, pois não tinha mais condições de
dirigir...muita emoção envolvida!!!!
Chegando
lá, a assistente social nos chamou e foi passando um pouco sobre a história da minha pequena. Algumas delas:
6 dias de nascida e veio para cá direto da maternidade. Desde o nascimento a mãe
biológica já disse que não tinha condições para cria-la e já foi diante do juiz
para formalizar que queria que ela fosse para adoção.
Não
podia acreditar em tanta benção! Tudo que sonhei: uma menina, recém nascida e
que já estava liberada para adoção....Deus
é perfeito!!!!
Após
passar todas as informações, ela nos perguntou se queríamos conhece-la antes de
decidir se ficaríamos com ela ou não, pois tínhamos o direito de recusar até 3
vezes que eles nos chamassem... Mas não pensei 2 vezes em responder que já
estava decidido: ela era minha filha
enviada por Deus. Meu marido se sentiu um pouco inseguro, pois teríamos de
leva-la para casa naquele momento, e não tínhamos nada... nada preparado...
nada comprado. Mas disse a ele: que
pela faixa etária que escolhemos, a ligação surpresa iria acontecer de qualquer
jeito. E foi assim que ele falou: vamos
conhecê-la.
Momento
mágico que todos os pais sentem: a primeira vez que você olha para seu filho,
no meu caso filha. O primeiro toque, a primeira vez que carregamos no colo.... um
amor inexplicável, foi o que senti!!!!
A assistente social, então nos
disse: ela ainda não foi registrada,
vocês podem escolher o nome pra ela. Por enquanto apenas vai ficar o sobrenome
dos pais biológicos, mas em pouco tempo é liberada a certidão definitiva. Mais
uma vez, Deus foi perfeito, pois o nome eu já tinha escolhido: Maria (nome fictício). A assistente social ficou
surpresa e disse: não acredito!!! Se vocês não fossem adotá-la, pelo horário
teríamos que encaminha-la para um abrigo, mas antes teríamos que registrá-la. E
este também foi o nome que tínhamos escolhido: Maria. Planos de Deus!!!!
Após
eles nos fornecerem a guarda provisória saímos em direção a um taxi para irmos para
casa. Vocês podem imaginar o que é isso: chegamos como um casal às 17hs e
saímos de lá as 18h35minhs como uma família. Mágico, divino, benção....sem
palavras.
Ela
era tão frágil, tão magrinha e chorava o tempo todo e nossas cabeças a mil
pensando: e agora? Onde ela vai dormir? O que ela vai vestir? O que ela vai
beber?
Optamos
por ficar na casa da minha mãe ate montar o quartinho dela, mas naquele mesmo
dia, a deixei com minha mãe e fui para o shopping comprar mil coisas: fraldas,
toalhas, chupetas, mamadeira, travesseiro, cobertor, roupas, lenço umedecido,
banheira, bebê conforto, berço desmontável, ou seja, praticamente tudo que um
bebê precisa, e em apenas algumas horas.
Mas
o que realmente tenho dizer disso tudo é: nunca
me arrependi de ter adotado. Passei, como eu mesma queria, por todos os
medos e inseguranças de uma mãe de primeira viagem. Ela cresceu, graças a Deus,
uma criança saudável e muito inteligente. Não sou uma mãe babona, não!!! Os pediatras
aos quais a levei sempre disseram isso, vocês tiveram sorte por adotar uma
menina tão inteligente e eu sempre respondi: não é sorte...é benção!!!!
Ela
começou a falar mamãe e papai aos 6 meses e falar outras palavras diferentes aos
10 meses. As mamães sempre perguntavam,
ela tem 1 ano e quantos meses? E eu respondia: 10 meses... as pessoas não
acreditavam pelo fato dela ser muito esperta e, do jeito dela, comunicativa e
carismática.
Quem
a conhece, sabe que ela é muito especial. Hoje ela tem um pouco mais de 3 anos
e continua nos surpreendendo a todo instante. Não para quieta um minuto, é
ligada no 220w e um amor de criança, hiper carinhosa e amorosa.
Com
relação a minha vida profissional, optei por sair de onde eu trabalhava e ficar
mais próxima dela... Hoje trabalho com artesanato, e ela ama tudo que eu faço.
Amo quando ela entra no meu ateliê e diz: mamãe
que lindo, o seu trabalho é muito bonito! Eu vou comer tudo para ficar forte e
mexer na tesoura para te ajudar.... kkkk... acho lindo!!!!
Pelo
fato de trabalhar em casa, trabalho dobrado. As vezes me perco com tantas
coisas: encomendas, banho, levar para escola, buscar na escola, casa, marido...
enfim, mas vou me virando e muito feliz!!!
Nem
penso em sair de casa para trabalhar fora. Adoro curtir todos os momentos da
minha pequena. Financeiramente ganhava mais quando trabalhava fora, mas para
mim, não há dinheiro no mundo que pague tudo isso que venho vivendo e
presenciando com ela.
Amo
muito tudo isso!!!!!!!!!!!!!!
Mamãe adotiva, muito obrigada por
dividir esta linda e emocionante história conosco!
E aí,depois desta linda história, tem alguém querendo
adotar agora? Comenta aí.
4 comentários:
Lindoooooooooo....parabéns pela bela história :)
Que show gente ! O mundo precisa de mais pessoas assim!
Com certeza Thais!!!
Com certeza Thais!!!
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