Olaaaa pessoal... que saudade!
Me desculpem pelo sumiço, mas
como vocês sabem, ou melhor, eu ainda vou contar tudo, rssss… os últimos meses
foram meses de mudanças radicais em nossa vida e rotina.
Mas agora nos organizando
melhor, bora voltar com nossas postagens.
E nada melhor que recomeçar com
uma super historia verídica de batalha pela vida, superação e maternidade.
Estamos de volta com o MÃE
PERGUNTA, MÃE RESPONDE!
Este post recheado de emoção
conta um pouco de nossa querida Paula Vaz, uma mulher guerreira que tive o
prazer de conhecer na escolinha em que
Duda estudava em Belo Horizonte. Mãe, empreendedora e atualmente também colunista do Conecta Mães BH, com a
coluna "Ser Feliz é um Hábito". Paula vem nos ensinando com sua
trajetória de vida e lindos textos que podemos sim transformar a FELICIDADE EM
ROTINA!
1
– Seu maior motivo de acordar todos os dias é:
Saber que tenho mais um dia de
vida ao lado da minha filha, do meu irmão e das pessoas que mais amo no mundo é
algo Divino! Poder amar e cuidar da minha família, é algo mágico.
Sou muito grata em poder
acompanhar o desenvolvimento da Sofia (3 anos já), poder vê-la descobrir as
palavras, os significados, as emoções das suas pequenas descobertas, me pedir abraços
várias vezes ao dia, ouvi-la dizer “eu te amo” quando já esta quase pegando no
sono, é isso que me faz acordar e seguir firme nessa vida!
2
– Seu maior prazer é:
Sou uma pessoa otimista, que
sempre alimenta pensamentos positivos, que alimenta o riso fácil, de muitas
amizades verdadeiras, que gosta de distribuir amor, e de ajudar quem está
próximo e precisa mais do que eu e isso me faz feliz, me dá prazer!
Também me sinto orgulhosa
quando vejo que toda essa minha energia positiva vem sendo transmitida para a
minha filha. Ela é uma criança feliz, carinhosa, que ama gargalhar, e fazer a
gente sorrir (até fazendo cócegas mesmo).
Tem algo nela que é muito
especial, quando percebe que estou triste, ou desanimada por algum motivo, ela
chega perto, me alisa o rosto e pergunta:
“ Mamãe, você ta feliz? Então
sórri !!! (assim mesmo com acento agudo, como se fosse uma ordem rs) E logo dá
aquele sorriso mais lindo e cativante, impossível de resistir e não melhorar o
astral !!
3
– Como foi descobrir a gravidez?
Minha historia parece de
novela, descobri minha gravidez com 21 semanas e 6 dias de gestação (5 meses,
isso mesmo!). Eu fazia um tratamento para gastrite meses antes de engravidar,
então tomava uma medicação que já alterava meu ciclo normalmente.
Daí fui fazer novos exames para
descobrir porque o tratamento não estava surtindo efeitos e logo dei de cara
com o Exame Beta HCG na casa dos 17.000! E minha azia interminável estava
explicada!rs
Hoje posso rir, mas levei o
maior susto da terra! Eu e o pai da Sofia tivemos uma relação conturbada, aos
poucos fui descobrindo que apesar de muito insistirmos, não daríamos certo
juntos e decidi por um fim antes mesmo de descobrir meu pequeno milagre, minha
pequena Sofia já existia.
Digo pequeno milagre, pois
durante o tratamento da gastrite, tomei remédios fortíssimos, que jamais
poderiam ser prescritos se tivesse certeza de uma gravidez. Porém, incrivelmente, com dois destes
medicamentos eu tive certa implicância, e resolvi parar por conta própria,
antes mesmo de voltar ao médico. E como um milagre de Deus, os dois
medicamentos eram os únicos que poderiam prejudicar o desenvolvimento
neurológico do bebê, e com a mao de Deus me amparando desde sempre, a Sofia
nasceu simplesmente perfeita!!
Como já não estava junto com o
pai da Sofia, a primeira pessoa que contei da gravidez foi minha mãe (que chamo
de “mainha”), que ficou encantada com a notícia de que seria vovó, e confessou
que fazia poucos dias que havia sonhado que eu ia ser mãe de menina! Detalhe, nesse
momento eu ainda não havia feito exame de imagem para saber do sexo do bebe e
ela já cantou a pedra.
Ela me ajudou a acreditar que
teríamos tempo suficiente para montar o enxoval, para acreditar que nos
próximos 4 meses que faltava para nascer faríamos tudo com o maior amor e
cuidado para a chegada dessa graça de menina que mudaria pra sempre nossas
vidas!!
E assim segui, dia após dia,
com as compras das roupinhas fofas, dos mimos que os amigos davam, com os mimos
que a vovó comprava, com os enfeites do quartinho que eu “bolava” e a vovó
costurava, aos poucos, com estes pequenos passos, fui dando conta de que seria
mãe pela vida toda...e respirei...e sentei para acalmar o passo... e chorei de
medo...e sorri ao ver o sorriso da minha mãe...e sorri quando senti a Sofia
mexer pela primeira vez...e chorei com o primeiro ultrassom... e sorri de
alegria ao surpreender minha família(tios e
primos) com a notícia, enfim, muitas, muitas emoções!!rs
4
- Sua gratidão é:
Estar viva e com a sensação de
ter aprendido muito com as dificuldades que vivi. Vou resumir o que chamo de
período de renascimento, sim renasci para a vida!
Como disse antes, a descoberta
da minha gravidez foi um grande susto, mas também posso dizer que tinha que ser
exatamente dessa forma.
Com as mudanças hormonais da
gravidez, tive algumas alterações em exames que só poderiam pesquisar mais a
fundo depois que minha filha nascesse. E assim o fiz. Esperei a Sofia nascer e
tranquilamente o período da amamentação (6 meses) passar, para então pesquisar
um exame que tinha dado alterado durante a gestaçao (Exame FAN- Fator Anti
Nuclear).
Esse exame compreende doenças
chamadas de auto imunes, como Lúpus, Psoríase, doenças reumatológicas em geral,
o que já me assustou de cara. Porém, o resultado falso positivo desse exame,
indicava tumor cancerígeno no organismo. E desde esse momento já não sabia por
qual resultado eu esperava mais, ou qual seria menos pior.
Depois de muito cuidado e
pesquisando inúmeras possibilidades de doenças, quando Sofia completava o
oitavo mês de vida, foi constatado um tumor maligno no intestino grosso e reto.
Imediatamente já me pediram para suspender a amamentação pois eu precisava de
radioterapia e quimioterapia imediatas para reduzir o tumor e depois poder
pensar em retirar por cirurgia.
Nesse tempo, minha mãe que
também era acompanhada por uma oncologista, fazia um controle de câncer de mama
metastático (sem cura) e que já estava estabilizado há anos, ou seja, anos que
a doença não avançava; ao receber a notícia do meu diagnóstico, ficou tão abalada
emocionalmente (e inconscientemente) que deu início a progressão da doença
dela. Simplesmente parou de conseguir beber ou comer, nada passava na garganta!
Não descia a idéia de sua “preta” também receber a “marca” do sofrimento do
câncer!
Posta essa situação, minha mãe
internada, meu irmão ficando junto dela no hospital, eu em processo de
radioterapia( toda queimada) e quimioterapia , minha filha com 8 meses ainda precisando de
cuidados, fomos acolhidas na casa de uma tia (minha segunda mãe) que morava
mais próxima dos hospitais que eu e minha mãe fazíamos o tratamento. Ela deu
comida na boca da minha filha, da minha mãe e fez comidinhas especiais pra
tentar me fazer comer (pois com a quimio era quase impossível comer)! Imagino
que nem todo mundo pode contar com uma família amorosa e forte como a que eu
ganhei!!
Essa tia cuidou de nós três
como se fossemos filhas dela, até passar pomada de assadura em mim ela passou,
meus primos e tios faziam de tudo para que ficássemos bem, ficássemos bem
acompanhados, seguros, nos sentíssemos amados! Como não me sentir grata, com o
coração acolhido?!
Foram meses de quimioterapia e
radioterapia para reduzir o tumor, e evitar assim uma possível amputação do
anus, depois passei pela cirurgia para retirar 1 metro e 20 cm de intestino
grosso junto com o tumor, nesta mesma cirurgia ganhei uma bolsinha de ostomia
(por onde saem as minhas fezes) que salvou minha vida, depois foram mais 11
meses de quimioterapia para evitar que o câncer voltasse. Nesse período, tive
que lidar com a progressão da doença da minha mãe, e no mês do dia das mães de
2015 ve-la partir, levando parte do meu coração junto!
Deus me permitiu ir me despedindo dela ao
longo de 4 meses sofridos de internação, pude ver nos olhos dela a tristeza de
ter estar perdendo a batalha para o câncer, de deixar nesse mundo a neta que
foi tão esperada, amada e celebrada, de não poder ver o sorriso diário dessa
netinha colada no seu colo, mas também pode se despedir com a certeza de que
sua vida foi um exemplo de amor, cuidado e grandeza. Minha promessa em seus
minutos finais de vida foi de deixar VIVA sua história de luta, de exemplo, de
cuidado e de amor para a Sofia, para meu irmão, e quem mais quisesse conhecer a
fortaleza dessa mulher! E assim transformar essa mulher de LUZ eterna em nossos
corações!! O AMOR me transformou, ou melhor me curou...hoje sou grata e feliz
por poder contar com a força dessa história viva em mim!!
Sou grata demais, ando sempre
com muita gratidão no coração !! Não poderia ser diferente! Sempre muita
GRATIDÃO!
5
– O que mudou depois da maternidade?
Absolutamente tudo! Digo tudo
porque sinto ter me transformado numa pessoa melhor depois da maternidade.
Mudei meu jeito de encarar a vida, de enxergar as pessoas, de ser mais
complacente com os defeitos das pessoas, passei a repensar meus pontos de
vista, minhas crenças, minhas ações.
Mudei a forma de ver maldade em
brincadeiras, mudei o jeito de olhar para o meu futuro, por isso digo que tudo
mudou. Graças a Deus o melhor de mim estava guardado para ser partilhado ao
lado da minha filha.
Me descobri mais amorosa, mais
paciente, mais prendada, mais divertida, mais precavida (levo roupas de frio
para qualquer lugar que eu vá com a Sofia rs), mais responsável, mais comedida,
e principalmente, mais grata!
6
– Na sua opinião, qual seria o trabalho ideal para mamães?
No mundo ideal, acho que
deveríamos ser remuneradas por cuidarmos de casa, dos filhos, por educarmos,
por acalentarmos, por cuidarmos de cada detalhe dessas vidas que nos dão mais
sentido!rs
Brincadeiras a parte, acredito
que o trabalho ideal seria aquele em que pudéssemos ficar mais tempo com os
filhos, que tivéssemos como acompanhá -los de perto, de darmos atenção de
qualidade. Por enquanto, o que mais se aproxima disso é um trabalho viabilizado
via internet, o relacionamento com clientes através do contato online,
agendamento de reuniões e encontros presencias , venda de produtos através de
loja virtual, algo dessa natureza.
E desta forma, tenho conseguido
isso através de um negocio como Empreendedora Polishop. Aos poucos pretendo
retomar meu contato com minha profissão de formação, que é psicóloga, mas ainda
não foi possível.
7 –
Para você, quais os principais desafios em conciliar maternidade e trabalho?
Mesmo com este caminho de
trabalho ideal se dar através de home Office, internet, loja virtual e tudo o
mais, minha filha tem energia suficiente para não deixar que eu fique por mais
de meia hora trabalhando sem me interromper no computador. E digamos que por mais que o trabalho possa
render muito em casa, é preciso sim dispor de tempo e muito foco para funcionar
como se fosse um trabalho externo.
Nossa rotina fica bem dividida
e tento concentrar meu tempo de trabalho no período em que a Sofia está na sua
soneca da tarde (e isso se estende por umas 2 horas), e também durante uma das
atividades favorita dela, pintura. Ela pinta todos os dias, vários cadernos,
telas e pinta o sete também! Mas isso me permite ter a tranqüilidade que
preciso para desenvolver o trabalho.
Depois da maternidade, parece
que nossa capacidade de organização, administrar o tempo, e resolver situações
com objetividade aumenta consideravelmente. Não que sejamos impecáveis com tudo,
não mesmo, somos falhas e isso é natural por termos tanto a resolver, mas que
toda mãe parece conseguir se organizar nas suas múltiplas funções e papeis com
mais destreza e habilidade do que muitos, disso não tenho dúvidas!
8
– Pretende ter mais filhos?
Bom, eu tenho sim o desejo de
ser mãe de pelo menos mais uma criança, mas não posso mais gerar.
Com o tratamento do câncer de
intestino, a radiação e quimioterapia específica para região da pelve, tive o
sistema reprodutor atrofiado, menopausa por fator químico e infertilidade
permanente.
Penso que os planos de Deus são
perfeitos! Tive minha filha não programada sim, antes de descobrir o câncer,
quando minha mãe ainda tinha saúde para me ajudar a cuidar dela( mesmo com as
alternadas internações, ela cuidou como ninguém da Sofia) , e um aprendizado
infinito sobre o amor, sobre o valor da vida, sobre terminalidade, enfim, sobre
o sentido que uma criança pode trazer a vida!!
Tenho um peito cheio de amor,
quero muito adotar uma criança ainda, mas quero fazer quando pelo menos estiver
com certa tranqüilidade com relação ao controle do câncer. Atualmente faço
controle sistemático com oncologista de 2 nódulos pulmonares que surgiram ainda
durante a quimioterapia, e dessa forma, não me sinto no direito de trazer mais
uma vida para cuidar e amar, mas com a possibilidade de daqui um tempo não
saber como vai ser minha vida em relação ao tratamento, se dependerei de outras
pessoas para cuidar da minha Sofia enquanto me trato. Não me sinto no direito
de colocar essas incertezas na vida de outra criança, mesmo que minha intenção
seja a mais nobre possível com a ideia da adoção!
9
– O que mais te encanta em seu(s) filho(s)?
Minha filha é de uma alegria
contagiante! Ela é sensível e amorosa, impossível não me encantar com ela. Parece
até que a herança genética foi a alegria de viver, o hábito de ser feliz e
grata, apesar de qualquer problema.
Digo isso pq nesse tempo de 3
anos de vida, ela teve que lidar com emoções e sentimentos atípicos para uma
criança dessa idade, normalmente.
Pelo fato de não ter o contato
próximo com o pai (por opção dele), ela já presenciou algumas situações de
rejeição e lidou de forma surpreendente com isso. Pelos dois primeiros anos da
Sofia, eu tentei ajudar na construção dos laços com a família paterna, levei
inúmeras vezes ate a casa do pai que mora longe do nosso bairro, fiz as vezes
de facilitadora da comunicação entre eles, já que inicialmente eram totalmente
estranhos aos olhos da Sofia.
E aos poucos fui percebendo que
esta postura de aproximação só da minha parte não estava funcionando, e que
quando não há o desejo da outra parte em aproximar e construir laços , é muito
difícil de obter bons resultados. Nesta história os questionamentos da Sofia
sempre apareceram, algumas grandes frustrações mas no final, ela sempre
conseguiu encontrar sorriso no rosto! E tem sido esse mesmo sorriso e alegria,
que aos poucos e com muita calma, sinto que tem “despertado” o amor da família
paterna, mesmo que inicialmente signifique um contato maior com os tios e avó,
e não propriamente com o pai. Acho que este ser chamado Sofia, veio trazer LUZ
para muita gente...e a alegria de te-la feliz partilhando vida, é o melhor
presente de todos! A alegria dessa pequena é o que mais me encanta na vida!
10
– Ser mãe é?
Ser mãe é como ter o nosso
coração do lado de fora do peito. É se inundar com as maiores emoções que
existem, é saber que nos foi dada a maior e melhor missão de cuidar e amar este
pequeno ser de luz. É saber que nada da minha vida de antes da maternidade será
igual, e ser grata por isso.
Ser mãe é enxergar e sentir as
bênçãos de Deus todos os dias nos amparando. É querer ser eterna no mundo para
seguir cuidando da filha. Ser mãe é sentir na pele todo o esforço e dedicação
que nossas mães tiveram conosco, e entender a incondicionalidade de amor!
Ser mãe é colocar-se em segundo
plano e sentir que esta fazendo o melhor que é possível para o filho! É
esconder as dores e chorar em silencio com nossas próprias tristezas, pois não
queremos que o filho sinta nem uma pontinha de energia negativa dessa forma!
É tirar forças de onde não
sabemos para sorrir junto e dar o melhor de nós mesmos para cuidarmos da nossa
extensão em miniatura. É saber que o amor sempre nos deixará viva, não
importando o que aconteça no futuro!
Ser mãe é tentar escrever a
melhor história para deixar como legado, é tentar conciliar qualquer desavença
e permitir que as histórias mais enriquecedoras cheguem até o filho. É um
refazer-se constante no mundo, é um eterno vir-a-ser para o melhor! É ser
transformada pelo amor! É cuidar e amar como se não houvesse amanhã ! E ser
grata por poder viver esse dom!
11
– Como é a rotina da família?
Aqui em casa somos três: meu
irmão Felipe, a Sofia e eu. Pela manha costumo organizar a casa ,fazer nossa
comida, guardar os muitos brinquedos espalhados por todos os lugares, enquanto
Sofia dorme, e meu irmão sai para trabalhar.
No período da tarde ficamos só
nos duas e é o período das nossas principais atividades. Brincamos juntas por
um tempo, em seguida tem o banho divertido e relaxante. Sofia não abandona seu
soninho da beleza (rs), todos os dias descansa e esse é o tempo que encontro
para focar no trabalho, agendar reuniões, fazer contatos, apresentações do negocio,
enfim, desenvolver como possível.
Depois que ela acorda temos
mais um tempo de brincadeiras, bonecas, pinturas, ate que o tio Felipe chegue
em casa e brinque por mais tempo juntos.
Costumamos passear no fim da
tarde, Sofia ama pracinhas e interagir com outros coleguinhas. No meu trabalho
também consigo visitar muitos amigos, fazer minhas apresentações enquanto ela
brinca com os filhos dos amigos, e assim passamos nosso dia inteiro juntas.
A noite sempre tem uma
historinha ou então ela pede para assistir aos vídeos que a vovó gravava para
ela, fotos também são sempre lembradas. E assim adormecemos juntinhas também.
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Foto Pessoal |
Aiiii... que lindezaaaa....
Ate o próximo texto!
By,
Natália Gonçalves
Mãe, empreendedora e blogueira